Aulas contra phishing não funcionam como o esperado, diz estudo
Aulas contra phishing não funcionam como o esperado, diz estudo
Nos dias de hoje, a segurança digital é uma preocupação crescente para empresas e indivíduos. Um dos métodos mais comuns de ataque cibernético é o phishing, que visa enganar as pessoas para que revelem informações sensíveis. Recentemente, um estudo realizado com quase 20 mil funcionários do UC San Diego Health trouxe à tona uma questão importante: as aulas de conscientização sobre phishing realmente funcionam? O que os dados revelam pode surpreender você.
O que é phishing?
Antes de mergulharmos nos detalhes do estudo, é essencial entender o que é phishing. Phishing é uma técnica de fraude online onde os atacantes tentam enganar as vítimas para que forneçam informações pessoais, como senhas e dados bancários. Isso geralmente é feito através de e-mails ou mensagens que parecem ser de fontes confiáveis.
O estudo em questão
O estudo realizado no UC San Diego Health acompanhou dez campanhas simuladas de phishing ao longo de oito meses. A expectativa era que os treinamentos periódicos melhorassem a capacidade dos funcionários de identificar e evitar esses ataques. No entanto, os resultados foram decepcionantes.
A diferença na taxa de falhas entre os funcionários que passaram pelo treinamento e aqueles que não receberam nenhuma instrução foi de apenas 1,7%. Isso levanta a questão: por que os treinamentos não estão funcionando como deveriam?
Fatores que contribuem para a ineficácia dos treinamentos
Um dos principais fatores identificados pelos pesquisadores é que os módulos de treinamento não estão transmitindo conhecimento útil. Grant Ho, professor da Universidade de Chicago e coautor do estudo, afirmou que muitos funcionários dedicam menos de um minuto aos módulos de treinamento. Em alguns casos, até metade dos participantes fechou a página imediatamente após abri-la.
Isso sugere que os treinamentos não estão sendo levados a sério. Muitas vezes, os funcionários acessam os módulos apenas para cumprir uma obrigação, sem realmente se envolver com o conteúdo. Essa falta de engajamento é um grande obstáculo para a eficácia dos treinamentos.
O impacto dos módulos interativos
Os pesquisadores também testaram diferentes estilos de capacitação. Enquanto alguns grupos receberam dicas gerais de segurança, outros participaram de sessões interativas de perguntas e respostas. Os resultados mostraram que apenas os módulos interativos tiveram um impacto significativo: aqueles que os completaram tiveram 19% menos chances de cair em golpes.
Infelizmente, a adesão a esses módulos interativos foi baixa, o que significa que o impacto geral no grupo permaneceu reduzido. Isso levanta a questão: como podemos aumentar a participação dos funcionários nos treinamentos?
Alternativas aos treinamentos tradicionais
Apesar dos resultados decepcionantes, os autores do estudo não defendem o fim dos treinamentos. Em vez disso, eles sugerem que as organizações integrem essas iniciativas com outras estratégias de segurança. Uma recomendação é investir em ferramentas automatizadas que possam detectar e bloquear mensagens suspeitas antes que cheguem às caixas de entrada dos funcionários.
Essas ferramentas podem atuar como uma primeira linha de defesa, reduzindo a carga sobre os funcionários e permitindo que eles se concentrem em tarefas mais importantes. Além disso, a combinação de treinamentos com tecnologia pode criar um ambiente de trabalho mais seguro.
A importância da conscientização contínua
Embora os treinamentos tradicionais possam não ser tão eficazes quanto se esperava, a conscientização contínua sobre segurança digital ainda é crucial. As ameaças cibernéticas estão em constante evolução, e os funcionários precisam estar atualizados sobre as últimas táticas usadas pelos criminosos.
As organizações devem considerar a implementação de campanhas de conscientização que sejam mais envolventes e interativas. Isso pode incluir simulações de phishing mais realistas, workshops e discussões em grupo sobre segurança digital.
Conclusão
O estudo realizado no UC San Diego Health revela que as aulas contra phishing não estão funcionando como o esperado. A diferença mínima na taxa de falhas entre funcionários treinados e não treinados destaca a necessidade de repensar a abordagem de treinamento. Integrar ferramentas automatizadas de segurança e promover uma conscientização contínua pode ser a chave para proteger os funcionários contra ataques de phishing.
Se você está envolvido na segurança digital de sua organização, é hora de considerar novas estratégias. A educação sozinha não é suficiente; precisamos de uma abordagem mais holística que combine treinamento, tecnologia e conscientização contínua.
Para mais informações sobre o estudo, você pode acessar a fonte original aqui.
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