Exigências da Apple contra roubo de iPhones e a reação da polícia

Exigências da Apple contra roubo de iPhones e a reação da polícia

Nos últimos anos, o aumento dos roubos de iPhones em Londres gerou uma onda de críticas direcionadas à Apple. A Polícia Metropolitana de Londres (Met) acusa a gigante da tecnologia de facilitar a comercialização de dispositivos roubados. A questão gira em torno da falta de verificação de um banco de dados nacional de dispositivos furtados, o que levanta preocupações sobre a segurança pública e a responsabilidade das empresas de tecnologia.

A situação dos roubos de iPhones em Londres

O cenário de segurança em Londres se tornou alarmante, com mais de 80 mil celulares roubados em 2024, um aumento significativo em relação aos 64 mil do ano anterior. A Met aponta que cerca de 80% dos smartphones roubados na cidade são iPhones. Essa estatística não apenas reflete um problema de segurança, mas também indica uma mudança nas dinâmicas do crime, onde gangues estão se voltando para o roubo de dispositivos eletrônicos em vez de atividades tradicionais, como o tráfico de drogas.

As autoridades locais destacam que o roubo de celulares está frequentemente ligado a crimes violentos, o que intensifica a urgência de uma resposta eficaz. A Met argumenta que a Apple, ao não verificar se os dispositivos aceitos em seu programa de troca são roubados, está contribuindo para a perpetuação desse ciclo criminoso.

As acusações da Polícia Metropolitana

A Met alega que a Apple tem acesso ao National Mobile Property Register (NMPR), um banco de dados que lista dispositivos furtados, mas que a empresa não utiliza essa informação para verificar os aparelhos que recebe em troca. Segundo a polícia, a Apple apenas consulta o NMPR para verificar o status da rede de dispositivos comercializados, sem tomar medidas para impedir a aceitação de aparelhos roubados.

Essa acusação foi formalizada em comunicações com parlamentares britânicos, onde a Met expressou sua frustração com a postura da Apple. A polícia argumenta que a falta de ação da empresa não apenas facilita a receptação de celulares roubados, mas também mina os esforços das operadoras de telefonia móvel e das autoridades para combater o crime.

A resposta da Apple

Em resposta às críticas, a Apple defendeu suas medidas de segurança já implementadas. A empresa destacou a Proteção de Dispositivo Roubado, que adiciona camadas de segurança biométrica para proteger configurações sensíveis, e o Bloqueio de Ativação, que vincula o aparelho à conta Apple do proprietário original. Essas funcionalidades visam dificultar o uso de dispositivos roubados.

Além disso, a Apple afirmou que está considerando a implementação de um bloqueio global via IMEI, um identificador único de 15 dígitos que poderia ajudar a impedir o uso de aparelhos roubados. No entanto, a empresa alertou que essa medida poderia ser mal utilizada por fraudadores que registram ocorrências falsas de roubo. A Apple também argumentou que o bloqueio do IMEI não impediria o desmonte dos aparelhos para a venda de peças, um destino comum para muitos dispositivos roubados.

Críticas das operadoras de telefonia

As operadoras de telefonia móvel do Reino Unido também expressaram suas preocupações em relação à postura da Apple. Elas acusam a empresa de “minar” seus esforços para combater o crime ao não inutilizar aparelhos roubados. Essa crítica se alinha com a pressão crescente sobre a Apple e outras empresas de tecnologia para que adotem medidas mais rigorosas de segurança.

As operadoras argumentam que, sem a colaboração da Apple, suas iniciativas para reduzir o roubo de celulares se tornam menos eficazes. A falta de um sistema integrado que permita o bloqueio de dispositivos roubados em colaboração com as operadoras é vista como uma falha significativa na abordagem da Apple em relação à segurança.

Comparação com a situação no Brasil

O problema do roubo de celulares não é exclusivo de Londres. No Brasil, os iPhones também são alvos frequentes de criminosos. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, os aparelhos da Apple representam 25% dos celulares roubados no país. Embora tenha havido uma queda de 10,1% nos roubos de celulares em geral, os iPhones continuam a ser os mais visados.

Em resposta a essa situação, o Brasil implementou em 2023 o programa federal Celular Seguro, que visa agilizar o bloqueio de aparelhos roubados. No entanto, a adesão de empresas como Apple, Google e Samsung a esse sistema ainda é limitada, pois elas preferem manter seus próprios sistemas de rastreamento e bloqueio remoto.

Medidas de segurança e a responsabilidade das empresas

A discussão sobre as exigências da Apple contra o roubo de iPhones levanta questões mais amplas sobre a responsabilidade das empresas de tecnologia em relação à segurança pública. À medida que os dispositivos móveis se tornam cada vez mais integrados à vida cotidiana, a proteção contra roubo e furto se torna uma preocupação central.

As empresas têm a responsabilidade de implementar medidas que não apenas protejam seus produtos, mas também contribuam para a segurança da sociedade como um todo. A pressão sobre a Apple e outras gigantes da tecnologia para que adotem práticas mais rigorosas é um reflexo dessa expectativa crescente.

Conclusão

A situação dos roubos de iPhones em Londres e a reação da polícia destacam a complexidade do problema de segurança pública em um mundo cada vez mais digital. As exigências da Apple para melhorar suas práticas de segurança são um passo importante, mas a colaboração entre empresas de tecnologia, autoridades e operadoras de telefonia é essencial para enfrentar esse desafio de forma eficaz.

À medida que a tecnologia avança, a necessidade de soluções inovadoras e eficazes para proteger os consumidores e combater o crime se torna mais urgente. A responsabilidade compartilhada entre todos os envolvidos será fundamental para garantir um ambiente mais seguro para todos.

Para mais informações, você pode acessar a fonte original aqui.

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